(Epifania)-Luiz Carlos Ramos
Numa época de trevas,
quando todos andavam cabisbaixos e desesperançados,
estranhos viajantes contemplavam o céu.
quando todos andavam cabisbaixos e desesperançados,
estranhos viajantes contemplavam o céu.
Seus olhos vasculhavam a escuridão infinita
enquanto seus queixos apontavam o horizonte.
enquanto seus queixos apontavam o horizonte.
Um pequeno ponto luminoso na vastidão
tornou-se razão suficiente para uma longa jornada.
tornou-se razão suficiente para uma longa jornada.
Partiram do Oriente.
Olhos nas estrelas,
pés na estrada…
… rumo ao horizonte.
Olhos nas estrelas,
pés na estrada…
… rumo ao horizonte.
— Que haverá no horizonte?
Quando lá chegavam descobriam a resposta:
— Outro horizonte!
Quando lá chegavam descobriam a resposta:
— Outro horizonte!
O povo continuava a viver em trevas,
enquanto os viajantes seguiam
guiados pelos pequenos pontos luminosos
naquele mar de escuridão.
enquanto os viajantes seguiam
guiados pelos pequenos pontos luminosos
naquele mar de escuridão.
Tanto andaram
que um dia chegaram.
que um dia chegaram.
Tinham diante de si a porta entreaberta de um casebre.
Com aqueles olhos acostumados a procurar luz na escuridão,
entraram na casa escura.
Com aqueles olhos acostumados a procurar luz na escuridão,
entraram na casa escura.
Lá estavam…
… duas contas brilhando no meio das trevas.
… duas contas brilhando no meio das trevas.
Aproximaram-se.
Era Ele! Deus!
Mas com olhos de menino… brilhando no meio da noite.
Era Ele! Deus!
Mas com olhos de menino… brilhando no meio da noite.
Deram-lhe presentes.
Deus brincou com eles.
Deus brincou com eles.
Voltaram felizes porque brincaram com Deus.
Diz-se que, desde então, aqueles viajantes também se tornaram meninos;
e que quando voltaram para o seu povo, que ainda vivia nas trevas,
seus olhos também brilhavam,
cada vez mais intensos como estrelas ao anoitecer…
e que quando voltaram para o seu povo, que ainda vivia nas trevas,
seus olhos também brilhavam,
cada vez mais intensos como estrelas ao anoitecer…
… porque tanto mais escura a noite, mais brilham as estrelas.
E o povo que andava em trevas foi iluminado,
e aos que viviam na região da sombra da morte
resplandeceu-lhes a luz (cf. Is 9.2).
e aos que viviam na região da sombra da morte
resplandeceu-lhes a luz (cf. Is 9.2).
Luiz Carlos Ramos